domingo, 9 de mayo de 2010

Pedro Silva desde Portugal nos envía un cuento de su autoría: OS MILAGRE DAS ROSAS. 10 años de intensa actividad literaria del escritor

MISIVA DE NUESTRO AMIGO P.S.
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Prezado Cromwell:
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Antes de mais, saudações a partir de Portugal.

Cumprindo, este ano (2010), a minha primeira década enquanto autor, e para além das múltiplas colaborações em revistas, jornais e sítios literários na Internet (seja em Portugal ou no Brasil), a presente missiva electrónica serve o intuito de propor-lhe a publicação de um texto de minha autoria, o qual surge, sobretudo, para comemorar os meus dez anos enquanto autor publicado.

Querendo, assim, associar a vossa publicação a este facto, teria todo o gosto em tornar possível aos vossos leitores uma aproximação ao meu trabalho literário.

Assim, e no seguimento da minha actividade enquanto escritor português - cuja produção literária poderá conhecer no final do presente e-mail - quero apresentar-lhes um texto inédito de minha autoria.

Trata-se de um pequeno conto, de 3 páginas em formato A4 (aproximadamente 9 mil caracteres, incluindo espaços), relacionado com os Descobrimentos Portugueses dirigido a um público leitor jovem.

Como poderá compreender, tratando-se de um conto, é efectivamente em formato de ficção histórica, ainda que tenha factos reais que ajudam a compreender o momento tratado no texto.

Confesso que pessoalmente, e conhecendo a excelência do vosso trabalho cultural, literário e informativo, seria uma enorme honra para mim ter a possibilidade de o publicar nas vossas páginas, caso tal seja do vosso interesse.
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Respeitosamente,

Pedro Silva.


O Milagre das Rosas

Há muito, muito tempo existia uma jovem princesa, conhecida pela sua bondade. Tinha nascido nos reinos de Espanha, mas, quis o destino que o casamento a levasse para Portugal.

Naqueles dias a vida era assim mesmo. Os pais decidiam com quem os seus filhos se casariam. E a princesa, cuja beleza espantava todos à sua volta, chorou. Chorou durante uma semana inteira.

Ao fim de sete dias, sua mãe, a rainha, veio a seu quarto e perguntou:
- Isabel, minha querida filha, porque choras?
A princesa disse, baixinho, como num suspiro:
- Não queria separar-me de si, minha mãe…
Num instante, mãe e filha abraçaram-se, chorando. Naquele instante não eram rainha e princesa. Eram, apenas, dois seres humanos tristes pela separação.

Mas o destino tem sempre muita força. E a jovem princesa Isabel foi levada para Portugal. Muitos cavalos puxavam a sua carruagem. A viagem foi rápida mas, ainda assim, a princesa continuou a chorar. O lenço de linho que a sua mãe lhe ofertara estava agora todo molhado das suas lágrimas.

Ao chegar ao castelo do seu noivo, o rei de Portugal, Isabel finalmente percebeu que o seu destino não era assim tão infeliz quanto imaginara. Dom Dinis – assim se chamava o seu futuro marido – aproximou-se dela. E disse:
- Bem vinda ao meu reino… Fizestes boa viagem?
Isabel confirmou que tudo tinha corrido muito bem. De pronto, apaixonou-se por Dinis, também ele muito educado e de maneiras suaves.
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No dia combinado casaram. Isabel já não chorava. Na verdade o seu rosto não deixava de estar iluminado por um sorriso. O povo português gostava sinceramente dela. E isso fazia sentir-se sempre que passeava nas ruas, distribuindo carinho e felicidade.
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Grande parte do dia da rainha Isabel era, agora, ocupado a distribuir esmolas aos pobres do reino e a cuidar dos doentes. E o seu marido sentia-se com ciúmes, ao vê-lo passar tanto tempo longe de si. Na verdade, Dom Dinis sentia-se orgulhoso pela bondade da sua rainha, mas… Queria tanto tê-la só para si! Assim, chamou-a e disse:
- Proíbo-te de dares mais esmolas.
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Tal como não acontecia desde que deixara o seu castelo, na Espanha, Isabel voltou a chorar. Passou um dia… mais outro e outro ainda. Ao quarto dia, recordou-se de uma jovem mãe e dos seus quatro filhos esfomeados Isabel havia prometido visitá-la. Vestiu-se rapidamente, cobriu-se com um manto e colocou alguns pães no regaço. Ao chegar ao portão do castelo, seu marido chamou-a. D. Dinis tinha percebido que ela se afastara do quarto de forma sorrateira.
-O que levas aí, escondido debaixo do teu manto?
Num ápice, Isabel respondeu:
- São rosas, senhor!
- Rosas? Em Janeiro? – questionou o rei Dom Dinis – Deixa-me ver.
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Triste, mas conformada, a rainha Isabel baixou os braços, mostrando o que estava escondido no seu regaço. Qual não foi o seu espanto quando verificou que os pães haviam-se transformado em lindas rosas, com uma cor e cheiro que jamais tivera oportunidade de tocar. E o seu sorriso voltou a iluminar sua face.
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Daí em diante, Isabel passou a ser conhecida por Rainha Santa, coroada pela sua bondade. E jamais deixou de percorrer as ruas distribuindo pães a todos os que tinham fome.
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Para informarnos acerca de la vida literaria del autor clickear en el siguiente link:
http://grupoliterariosignos.blogspot.com/2009/01/jose-saramago-vida-y-obra-por-pedro.html

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